quinta-feira, 2 de março de 2017

Hospitais premiam médicos que indicam mais exames

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Foto: internet
Hospitais privados do país adotam programas de benefícios que, entre outros critérios, premiam médicos pelo volume de exames, cirurgias e internações que realizam.
Quanto mais procedimentos, mais pontos ganham na avaliação –que inclui itens como fidelização, adesão aos protocolos clínicos e atuação em ensino e pesquisa.
O médico que soma mais pontos consegue mais reputação dentro do hospital e privilégios como presentes, descontos em exames para ele e seus familiares e prioridade no uso do centro cirúrgico.
Na condição de anonimato e de não identificar a instituição em que atuam, a Folha conversou com 12 médicos de hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. Todos confirmam a existência de programas de benefícios em que o volume de procedimentos é considerado na premiação.
“O médico do pronto-atendimento que interna mais ganha mais pontos”, conta um médico do Rio de Janeiro. “Tem um médico que segura paciente internado sem necessidade só para gerar mais diária hospitalar”, relata um outro de São Paulo.
“Eu já ouvi pressões do tipo: ‘a ressonância precisa ser otimizada'”, afirma um médico de Porto Alegre (RS). “Aqui se pede exame de urina até para unha encravada”, diz outro de Salvador (BA).
A prática tem sido questionada por especialistas em ética e em gestão porque pode resultar em procedimentos desnecessários, que expõem pacientes a riscos, e no aumento do custo da saúde-a conta vai para os planos, e quem paga são os usuários.
O Impacto

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