terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Em depoimento-bomba, Valério diz que Lula sabia de tudo sobre o mensalão


Foto
LULA FAZENDO CAMINHADA COM O AMIGO FREUD GODOY, INTERMEDIÁRIO DO DINHEIRO



O esquema do mensalão pagou despesas pessoais do então presidente Lula no valor de aproximadamente R$ 100 mil, segundo revelou o empresário Marcos Valério em depoimento-bomba à Procuradoria Geral da República em 24 de setembro último. O dinheiro foi entregue a uma empresa de Freud Godoy, assessor pessoal do ex-presidente. A CPI dos Correios comprovou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Godou, por meio de depósito em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98.500. A reportagem é de Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso à íntegra das novas revelações do operador do mensalão, já condendo a mais de 40 anos de prisão. Ele também afirmou que Lula deu "ok", em reunião com Valério, dentro do Palácio do Planalto, para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada. O operador do mensalão disse ainda que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. Disse que seus advogados são pagos pelo partido, que arcou com mais de R$ 4 milhões pagos a seus advogados. Também deu detalhes de uma ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae Nacional, tesoureiro do PT e hoje dirigente o Instituto Lula, além de ter relatado a montagem de uma suposta "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André na gestão Celso Daniel. Valério contou que o empresário José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula pagou R$ 6 milhões por uma participação de petistas no jornal Diário do Grande ABC, a fim de interromper as denúncias do jornal sobre a participação de petistas no assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP). E acusou outros políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE). Após ser condenado pelo STF, Marcos Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor , obter proteção e redução de sua pena. O depoimento, que durou três horas e meia, foi prestado à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da República Raquel Branquinho, com a presença do advogado dele, o criminalista Marcelo Leonardo.
Blog do Cláudio Humberto

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