Um estudo feito no sul do país comprovou que o hábito comum de cortar comprimidos ao meio traz riscos à saúde. Os pesquisadores descobriram que os medicamentos partidos podem até provocar intoxicação. O laboratorista Manoel Pereira Vaz toma um remédio para hipertensão oferecido de graça pelo programa Farmácia Popular. Mas a dose fornecida é o dobro da que ele precisa. A solução foi cortar o comprimido ao meio.
“Às vezes tem que cortar e esfarela um pouco. Quando esfarela e eu não sei o que estou tomando, deixo de lado”, conta. Para evitar desperdícios, a comerciante Carla Meyer comprou até um cortador. “É uma confiança para eu tomar a metade do comprimido”, diz. É prático, mas, de acordo com a pesquisa feita na Universidade Católica de Pelotas, pode não garantir a dose correta para o tratamento. O remédio analisado foi o diurético mais receitado para hipertensão no país, a hidroclorotiazida.
Durante os testes, os pesquisadores partiram cerca de 750 comprimidos. Em nenhum deles as duas metades tinham a mesma quantidade do princípio ativo, que é a substância que age no organismo. A diferença chegou a 15%, ou seja, um dos pedacinhos faz menos efeito que outro.Parte do medicamento também pode se perder durante a quebra. Por isso, o ideal é tomar os remédios inteiros e sempre com água. Suco ou leite podem reduzir a eficácia. Os comprimidos revestidos, que liberam aos poucos o princípio ativo, nunca podem ser cortados...
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