Por Interino
Centenas de pilotos de avião em todo o mundo podem estar voando com depressão não tratada por temerem não voar mais ou perderem seus empregos. A conclusão é de um estudo publicado quinta-feira no periódico científico Environmental Health.
Para os autores, a pesquisa oferece um primeiro vislumbre da saúde mental de pilotos comerciais e o fato de, muitas vezes, eles omitirem esse tipo de doença de seus superiores ou reguladores da aviação porque têm medo das possíveis repercussões negativas em sua carreira. “É compreensível que os pilotosestejam relutantes em revelar seus problemas de saúde mental por causa do potencial risco de afastamento e até mesmo de serem declarados não aptos para o dever”, disse Joseph Allen, autor do estudo, à Reuters Health por e-mail.
Estudo
A pesquisa, realizada por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, buscou entender melhor a saúde mental de pilotos de companhias aéreas. Para isso, eles disponibilizaram um questionário anônimo on-line com perguntas sobre diversos tópicos, incluindo trabalho, saúde e depressão.
Cerca de 3.500 responderam a pesquisa, mas apenas 1.850 completaram as questões sobre saúde mental. Entre os 1.430 participantes que relataram trabalhar como piloto de linha aérea nos sete dias anteriores ao tempo da pesquisa, 13,5% preencheram os critérios para depressão: 12,6% foram classificados com “depressão provável” e 4,1% relataram ter pensamentos suicidas nas duas semanas anteriores.
Na diferença entre os sexos, os homens relataram com mais frequência ter experiências de perda de interesse, sentindo-se como um fracasso, dificuldade para se concentrar e pensar que estariam “melhor mortos” quase todos os dias. Por outro lado, as mulheres eram mais prováveis a ter pelo menos um dia com problemas de saúde mental no mês precedente e eram mais propensas a terem sido diagnosticadas previamente com depressão.
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