A operadora de telefonia móvel Oi afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que o sócio de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem pediu que a operadora instalasse uma antena de celular perto do sítio frequentado pelo petista em Atibaia, interior de São Paulo, segundo a edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo.
A empresa encaminhou à força-tarefa da Operação Lava Jato documentos que mostram a ligação entre pessoas próximas a Lula e a instalação da torre de telefonia móvel. A instalação reforça a suspeita de que uma espécie de consórcio informal de empresas dirigidas por amigos de Lula bancou melhorias no sítio.
A Oi apresentou um e-mail enviado por Kalil Bittar, sócio na Gamecorp de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e irmão de Fernando Bittar, dono do sítio no papel. A Oi se tornou sócia da Gamecorp em 2005.
No e-mail enviado para a Oi em março de 2011, Bittar indicou também a região próxima ao sítio de Atibaia a Marco Schroeder, então diretor da Oi e atualmente presidente da empresa, e afirmou: “Abaixo, o local que não tem cobertura de nenhuma operadora… Aliás, estranho, os acessos não são difíceis, próximo à [rodovia] Fernão Dias, e com condomínios e clubes de alto poder aquisitivo”. No final do e-mail, o empresário aponta que “seria importante velocidade nisso”.
Segundo os papéis entregues pela Oi à força-tarefa da Lava Jato, cerca de dois meses após a mensagem já estavam prontos os primeiros estudos técnicos para colocação da antena, que começou a operar já em setembro de 2011. A companhia informou que o custo para instalação foi, em valores atualizados, de cerca de 670.000 reais.
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