quarta-feira, 3 de julho de 2013

Amsterdã tem mais bicicletas que habitantes

Holandeses valorizam o poder do pedal, mas um mar de bicicletas inunda a capital
AMSTERDÃ – Por volta das 6h30 durante a semana, uma multidão de bicicletas, com um punhado de motonetas e pedestres, transborda das balsas que transportam ciclistas e outros passageiros, sem custo, para o outro lado do porto IJ (pronuncia-se "ai"), entupindo as ruas e causando congestionamento atrás da principal estação de trem de Amsterdã.
"Durante a tarde é ainda pior", lamentou Erwin Schoof, um metalúrgico na casa dos 20, que mora no centro da cidade, repleto de canais, e luta contra o caos diariamente para atravessá-la até seu trabalho.
Willem van Heijningen, funcionário ferroviário responsável pelas bicicletas ao redor da estação, disse: "Não é uma zona de guerra, mas é a coisa mais próxima disso".
Esse fluxo entupido de ciclistas é apenas um de muitos, em uma cidade famosa por suas bicicletas, como Los Angeles é por seus carros ou Veneza por suas gôndolas. Ciclistas jovens e idosos pedalam por faixas estreitas e junto aos canais. Mães e pais balançam as crianças pequenas em caixas de madeira espaçosas afixadas às bicicletas, levando-as de balsa para a escola ou para a creche. Carpinteiros carregam ferramentas e material em engenhocas parecidas e os eletricistas, seus cabos. Poucos usam capacete. Cada vez mais, algumas pessoas dizem o que era simplesmente impensável alguns anos atrás: há bicicletas demais.
Enquanto cidades como Nova York lutam para fazer com que as pessoas andem de bicicleta, Amsterdã tenta manter a tal horda sob controle. Em uma cidade com 800 mil habitantes, há 880 mil bicicletas, estima o governo – quatro vezes o número de carros. Nos últimos 20 anos, as viagens de bicicleta cresceram 40 por cento, de modo que agora, cerca de 32 por cento de todas as viagens dentro da cidade são feitas de bicicleta, comparadas aos 22 por cento das viagens de carro...

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