A música “Fricote”, de Luiz Caldas (“Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear…”) provocou reação negativa em parte do público que estava numa festa, domingo, no Morro da Conceição. DJ convidado, Gustavo Calani foi abordado por pessoas que se sentiram ofendidas com a letra, considerada por elas racista e machista.
Gustavo não chegou a tocar a canção até o fim. “Interrompi para tentar conversar com o grupo, mas os ânimos estavam alterados”, contou. “Uma das meninas que veio falar comigo disse que eu não podia avaliar o que era racista ou não, por ser branco. Achei um ponto de vista forte e pertinente, mas não dava para ser debatido ali”, completou.
Produtor de festas de black music, Julio Barroso considerou o episódio exagerado. “Eu, como negro, não me sinto nem um pouco ofendido. Se a música fosse do Bolsonaro, sim. Mas Luiz Caldas não é racista. É preciso analisar o contexto social em que essas obras foram feitas”, disse. “Nunca imaginei que o século 21 pudesse ser tão careta”.
Um dos organizadores da festa, o coletivo Quermesse pediu desculpas a quem se ofendeu com a música. “Desculpas, primeiro pela ofensa e, depois, pelo desgaste de terem que nos apontar o que já deveríamos saber”, escreveram na página do evento no Facebook.
O Globo
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