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Quem passa pela BR-226, no município de Currais Novos, a 172 quilômetros
de Natal, nem imagina que 4,2 milhões de toneladas de ouro com potencial de
exploração estão guardados embaixo da autoestrada e da terra quente - característica
do Seridó potiguar. Uma riqueza tão grande que nem mesmo os especialistas na
área arriscam mensurar o valor em dinheiro. Investidores australianos aguardam
agora a liberação do licenciamento ambiental prévio para começar o processo de
instalação de uma mina em 2017 e dar pontapé na extração do ouro durante o
segundo semestre do próximo ano.
O Projeto
Borborema, da mineradora Cascar Brasil, prevê uma exploração potencial de 2
milhões de toneladas nos próximos 12 anos. A empresa faz parte da holding
australiana Crusader Resources, que tem capital aberto. Um dos seus
investidores é o Banco Mundial. Ela conta com uma área de 400 hectares na
Fazenda São Francisco, zona rural do município. Com esse porte, a estrutura
deverá integrar o ranking das cinco maiores minas do país.
O
investimento previsto para iniciar o empreendimento é de US$ 150 milhões –
cerca de R$ 460 milhões na cotação atual. Mais de duas mil pessoas serão
contratadas diretamente durante a construção da mina. Na fase de operações, a
empresa deverá empregar cerca de 200 pessoas e outras 900 indiretamente. As
informações são da geóloga Juciene Barros, representante da empresa no estado.
Órgão
responsável pela liberação do projeto técnico de exploração, o Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM) – ligado ao Ministério de Minas e Energia –
já liberou a concessão de lavra à Cascar. O superintendente do departamento no
Rio Grande do Norte, Octávio Santiago Filho, afirmou que a empresa tem três
processos de concessão de lavra. Nesta fase, ela já está autorizada a explorar
os recursos, desde que conte com as licenças ambientais, que ficam a cargo do
estado.
“Esse é um processo antigo. A empresa passou todas as pesquisas prévias
realizadas na área, tudo foi avaliado tecnicamente, foram feitas adequações no
sistema de produção proposto. Está tudo certo”, assinala.
Previsto inicialmente para 2015, o projeto atrasou em razão do
licenciamento ambiental. “Nossa ideia era que o primeiro carregamento saísse
daqui em novembro de 2015”, reforça Juciene Barros. A Cascar chegou ao estado
em 2010 e começou a prospectar a área durante 2011, quando foi realizado o
pedido de licenciamento. Em 2013, a empresa realizou audiências públicas no
município de Currais Novos, como é exigido pela legislação ambiental. A
promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, porém, abriu uma de
investigação que acabou atrasando o processo. Várias recomendações foram
emitidas. Mariana Barbalho, que é promotora de Justiça do município e que
coordenou o Centro de Apoio Operacional (Caop) do Meio Ambiente, em Natal,
explicou que a maior preocupação do órgão é com o uso da água, que ainda está
escassa na região, após cinco anos de seca...
Fonte: Caicó Digital
Fonte: Caicó Digital
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