O assassinato do adolescente
negro Emmet Till ganha um novo capítulo, 62 anos depois de ele
ter sido linchado até a morte. A mulher que fez a acusação que teria
justificado sua morte confessou, depois de 6 décadas, que foi tudo uma mentira.
O adolescente, que na época tinha apenas 14 anos, entrou em uma loja para
comprar chiclete, quando visitava uma região branca do Estado do Mississippi, e
foi sequestrado, espancado, baleado e desfigurado por 2 homens
brancos a ponto de seu rosto ficar completamente irreconhecível.
Para justificar o
linchamento, Carolyn Bryant, esposa de um dos assassinos, acusou o
jovem de te-la assediado, o que, para a corte que julgou o caso, justificava o
linchamento. Segundo o testemunho que ela deu no tribunal na época, o
jovem Emmet Till teria a agarrado e a agredido verbalmente. Roy Bryant, esposo
dela, e seu irmão, os assassinos, foram absolvidos pelo júri branco.
Na época, o adolescente negro foi classificado por grupos
de supremacistas brancos como “um estuprador em potencial”. Mamie
Till-Mobley, mãe de Emmet, decidiu divulgar para o mundo a foto que mostrava o
rosto de seu filho completamente desfigurado, para mostrar o horror causado
pela supremacia branca, e iniciou uma cruzada pelos direitos civis nos EUA.
62 anos depois, Carolyn Bryant confessa que
mentiu. Nesta semana, uma matéria da revista Vanity Fair sobre o livro The
Blood of Emmet Till (O Sangue de Emmet Till), conta que Caloryn
revelou, em uma entrevista em 2007, que mentiu sobre o caso.
Quando Timothy Tyson, autor do livro que será lançado nessa semana, a
perguntou sobre as acusações, ela simplesmente respondeu: “aquela parte não é
verdade”.
Sobre o restante, ela afirmou não se lembrar. Ela disse lamentar
muito pelo que aconteceu com o jovem negro e que “sentia uma terrível tristeza
por Mamie Till-Mobley” – a mãe de Emmett Till, que morreu em 2003 depois de uma
vida inteira dedicada à luta pelos direitos civis.
O caso de Emmet Till foi apenas um de inúmeros linchamentos de
pessoas negras nos EUA e foi um dos estopins para o início do Moviemento
Pelos Direitos Civis do povo negro nos EUA.
Fonte:http://www.geledes.org.br
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