Sem dinheiro, prefeituras de todo o Brasil estão com dificuldade para manter funcionando programas federais, como a operação de postos de saúde e a circulação de ambulâncias. Anunciadas como solução prática para desafogar emergências de hospitais públicos a partir de um programa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, hoje preso, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ilustram bem o problema da burocracia federal e da falta de planejamento na implantação de programas públicos de saúde.
Desde 2008, o governo federal construiu, com verba própria, 711 UPAs 24 horas, que funcionam como postos de saúde para casos de pequena e média complexidades. A ideia, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era copiar o exemplo do Rio e espalhá-lo por todo o país. Depois que o prédio está pronto, a manutenção das unidades depende basicamente de investimento das prefeituras. Mas, como boa parte dos municípios enfrenta queda de arrecadação, cerca de um quarto dessas UPAs nunca abriu: 163, ou 23% do total.
Gestores municipais reclamam de falta de apoio do governo federal e de mau planejamento na hora de escolher onde as unidades seriam construídas.
Além das UPAs, mais de mil unidades de saúde construídas com verba da União nos últimos anos estão fechadas porque os municípios não têm dinheiro para comprar e manter equipamentos e pagar médicos.
BBG
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